sábado, 14 de abril de 2012

Usos e Costumes(3)

                                                              COZER A BROA

Entrou em desuso o cozer a broa em povoações como Antelas,objectivamente devido ao envelhecimento da população. No entanto uma pessoa resiste no tempo a executar tal tarefa, a minha tia Alice, com alguma mestria lá vai mantendo a tradição, que infelizmente tende a acabar.

                                                As etapas para preparação da broa são as seguintes:


01. Peneira-se a farinha
02. Põe-se o sal
03. Deita-se a água quente
04. Derrete-se o sal com a rapadoira
05. Amassa-se o Pão e no fim de estar bem amassado deita-se a farinha
06. Mistura-se o fermento
07. Junta-se a massa do pão
08. Alisa-se
09. Desenha-se uma cruz com a mão
10. Cobre-se para levedar
11. Aquece-se o forno até que as pedras fiquem brancas
12. No fim de aquecido o forno é varrido
13. Tende-se o pão
14. Põe-se no forno durante uma hora e meia
15. No fim da broa cozida não se pode cortar com a faca enquanto está quente
16. Deixa-se a broa arrefecer virada ao contrário

                               

terça-feira, 27 de março de 2012

Usos e Costumes(2)





Preparação da Urdidura em Antelas

A urdidura é uma operação que antecede a tecelagem e consiste em preparar os fios para os dispor no tear, isto é: paralelos entre si e de igual comprimento, e separados nas duas séries que, descendo ou subindo cada uma alternadamente, operam o entrecruzamento do fio que passa entre elas.
Em Antelas, na casa da Dª Maria José , a urdidura era preparada num aparelho especial, a urdideira, que consiste numa armação de prumos onde estão fixos tornos nos quais passam os fios.
A urdidura inicia-se e termina na cruz do tear.
No final, as extremidades são atadas com um fio que passa na cruz do tear e na cruz dos cadilhos, de modo a manter os cruzamentos.
Para mais tarde indicar o andamento da tecelagem, com a urdidura ainda na urdideira, a tecedeira em cada ramo marca o meio com o auxílio de folhas de couve ou arruda(outrora, dizem, eficaz para espantar os maus espíritos que poderiam estorvar o bom andamento do trabalho).
A urdidura é então retirada da urdideira, soltando dos tornos superiores a ponta e fazendo uma trança encadeada, que a tecedeira vai colocando ao ombro, até final.
Apenas as tecedeiras mais experientes realizam o processo de urdidura que, segundo se diz, tem dias mais indicados para ser executada: às terças, quintas e sábados. Ouvimos da Dª Maria José, em Antelas, o adágio" Às sextas feiras, nem cases filha nem urdas teia".
Obsº- Recolha da Profª Rosália Correia

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Usos e Costumes(1)





 Irei gradualmente inserindo no blogue, usos e costumes de outrora que mobilizavam a grande parte da população.
A sua maioria não resistiu à voragem dos tempos, e praticamente poucos ainda perduram.

A Espadelada(1)

As espadeladas realizavam-se em tardes de Outono, na eira, por mulheres que de outras aldeias vinham ajudar, como era uso e costume.
À noite a espadelada era mais festiva; os rapazes e as raparigas, vinham em grupo das aldeias vizinhas, cantando e dançando ao som da harmónica chamada "Sanfona".
As espadeladas e as desfolhadas eram o ponto de reunião. A espadelada era feita em três fases:

 1 - A mulher segura a estriga na mão esquerda sobre a borda do cortiço, e com a espadela na mão direita, sacode as arestas para o exterior, seguidamente saem os tomentos.

2 - A estriga que ainda ficou na mão da mulher, vai ao sedeiro, que depois de assedada, deixa ficar no chão a estopa.

3 - A terceira operação deixa a pura fibra ou "filaça" que são as sedas, que depois vão para a fiação.

sábado, 28 de janeiro de 2012

VARIAÇÕES

A beleza natural explode em todos os sentidos, o contraste das cores esbate-se no silêncio da sua nudez!







terça-feira, 29 de novembro de 2011

ANTA PINTADA de ANTELAS











Monumento Nacional desde 1990, reconhecido pelo interesse das  pinturas rupestres que decoram a sua câmara, considerado um dos mais bem conservados de toda a Península Ibérica.
No blogue existem alguns artigos que desenvolvem com maior amplitude a sua constituição e descrevem em pormenor a riqueza da mesma.
No entanto, lamento que este Monumento Nacional, esteja completamente dissociado da manutenção que lhe é devida, chegando ao cúmulo de todo o terreno circundante se encontrar abandonado, fluindo com generosidade todo o tipo de ervas e vegetação daninha. Continuando esta minha discrição, os acessos estão deploráveis não dando aos possíveis visitantes qualquer tipo de sinalização,de que a uma centena de metros se encontra um Monumento Nacional, a preservar....
Faço daqui um apelo ao Engº  Luís Martins Vasconcelos actual Presidente da Câmara de Oliveira de Frades, para que seja dada mais atenção a esta situação!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ANTELAS-2011




DA MINHA ALDEIA vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.

   Alberto Caeiro, em "O Guardador
   de Rebanhos".



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